sábado, 17 de julho de 2010

A espera 2


Tive que me contrariar. Analisar com outros olhos. Isso não é tão difícil costumo ver os dois lados de uma moeda. É talvez esperar tenha o seu lado legal. Uma vez, uma pessoa que foi muito importante na minha vida, disse que o melhor da festa era esperar por ela. O esperar vem com borboleta no estomago. Esperar algo bom é legal. Eu sempre espero a laranjinha doce com paciência. Ela tem um gosto incrível. Quando agente espera um bolo assar, o medo de queimar, ficar cuidando, por o palito pra ver se está pronto. Ah, e o esperar da festa. Escolher o vestido, sapato, maquiagem e o cabelo. Programar tudo. Sonhar com o momento. Fantasiar as situações. É esperar pode ser legal. Acho que nós vivemos enquanto esperamos. Não vivemos quando esperamos parados. Sem criar, imaginar, ter medo ou algo assim.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Histórias.


Ela era linda e envolvente. Ele não poderia acreditar. Seus olhos mostravam a inocência. Seu sorriso era anestésico. Sua voz era calma e paciente. Quem dera fosse um simples desgosto, mas não. O que ouvira devia ser apenas mais uma daquelas histórias que os escritores gostam de criar e acabam virando o livro do ano. Só que não era. A ficha caio. Ela já estava presa. Todos queriam fazer com que entendesse. Entendesse quem ela era. Que era fria e sanguinária. Não poderiam ficar juntos, mas ele ficou. Ficou quieto. Apenas amou.

terça-feira, 6 de julho de 2010

E quando o corpo fala?


Guardamos tantas coisas. Coisas só pra nós. Coisas só pra nós e nossos amigos. Coisas que não falamos pra ninguém. Coisas que não falamos, mas mostramos. Mostramos pra todos. Por querer. Sem querer. Às vezes nosso corpo grita propositalmente, nada de som, só grito. Perdemos o controle da boca por algumas vezes, mas na maioria delas perdemos controle total é do corpo. Gestos com sentidos escondidos. Gestos fechados, tristes. Há também gestos felizes. Secretos, mas felizes. Não temos como controlar isso. Nosso corpo fala muito mais do que a nossa boca. Quando vemos quem amamos, por exemplo, é impossível calar o nosso corpo. Ele treme. Ele dança, corre, pula. Ele se abre. E nós? Nós o amordaçamos. Silenciamos ele. E o que temos de resposta? Silêncio.